segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Obra de Arte

Jucilei era um pintor famoso. Pintava telas no estilo moderno, pintando paisagens, trocando suas cores e misturando lugares. A estátua do Cristo no Rio, modificando suas cores e formas, numa Torre de Piza diferente, com o seu topo no chão. O chão era coberto de diamantes. Foi vendido por uma fortuna. Mas ele tinha um grande problema: a sua namorada não gostava de arte. Marilana, uma executiva de uma empresa, achava bobagem o trabalho que ele exercia. Conversava com ele sobre ele exercer a carreira de administrador, formado por uma universidade conceituada.

Está idéia dava arrepios em sua cabeça. Após um infarto no miocárdio, aos 35, começara a exercer a pintura. Na verdade, começara com 6 anos de idade, pintando tudo. Até as próprias paredes de casa. No entanto, aos 12 anos quando conseguiria uma bolsa em um cursinho perto de sua casa, sua irmã o criticara tão severamente sobre um desenho feito para ela que Jucilei resolvera desistir. Não mais pintaria nada na sua vida. Resolveu estudar e ler. Somente fazia isso durante horas. Tinha poucos amigos na infância, menos ainda agora na sua fase adulta. Sua única amiga era Felipa que era sua empresária no ramo artístico.

Ela até conseguiria arrumar um comercial de propaganda de sandalhas para ele. Ele ficou animado e feliz com o possível cachê. Porém, após crítica severa de sua namorada, ele desistira de tentar qualquer coisa. Continuava só a pintar. Ele ficava horas e horas pintando, buscando a mistura ideal de cores para a aplicação. Comia pouco. Bem pouco. Chegara a um mês antes da exposição que o lançou para o mundo a ficar internado uma semana, pela falta de alimentação. Recuperado, contratou uma governanta para lembrar-lhe sempre da hora de comer.

Dia desses, recebeu uma ligação do escritório de sua namorada. Ela tinha se acidentado enquanto demonstrava um projeto de interligação de setores administrativos de macro-empresas. Enfiara o seu Scarpin preto, modelo 36, um número menor que o dela, e travara. Em um giro, ela torceu o tornozelo e caiu no chão. Bateu o queixo na mesa e ficou desacordada por horas. Após uma visita no hospital, ele só a procurou dois dias depois. Pintou quase que 24 horas por dia. Fez várias telas. Após isto, voltou ao hospital.

Ele levara as fotos para ela. Ela chorara. Pedira perdão e admitira que seria melhor ele continuar na carreira de pintor. Se sentira culpada e envergonhada por todas as brigas e tudo o que ocorrera. Ela pedira Jucilei em noivado. Jucilei agradecera, de maneira sincera, dizendo que esperara durante três anos por isto. Mas negou o noivado. Resolvera ficar sozinho para que pudesse se aperfeiçoar.

No fundo, Jucilei se sentira culpado. Após dois anos, resolvera procurar sua ex-namorada. Marcaram um encontro. Ele continuava famoso e ela se tornara CEO da empresa. Após muita conversa, colocaram os pingos no is. Resolveram reatar o relacionamento, muito embora Marilana estivesse saindo com alguém, mas garantira que não era nada sério. Dormiram em seu apartamento.

De manhã, acoradaram mortos. A amante de Marilana, em um acesso de ciúme, observara os dois entrando no apartamento. Matara os dois na cama de casal, colocando cada um em posição fetal, virado um para outro. E ela se suicidara no meio, após chorar compulsivamente e deixar seu rosto marcado por rímel. Ela se matara asfixiada, ficando suspensa sobre os dois. Felipa sempre desejava Jucilei. Seu relacionamento com Marilana fora uma chance de ter algo que foi dele.

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