sexta-feira, 9 de julho de 2010

Joelson

Joelson era um cara muito legal. Namorava fazia cinco meses com uma mulher cinco anos mais velha. Conheceram-se, por acaso, em um site de bate-papo na internet. Desde o primeiro momento, sentiram uma química única entre os dois. Conversaram longas horas, dias... Até que finalmente se encontraram. O encontro foi regado a ainda mais charme e conversa, alegria e carícias... Quantas carícias ocorreram naquela noite, quantos beijos, quantos sussurros e juras de desejos.

Este namoro, como tudo o que acontece de repente e com força, também teve alguns altos e baixos. Brigaram, algumas vezes, por coisas poucas. Joelson sempre esteve lá por ela: apoiou-a em seus momentos familiares mais difícieis e em resoluções profissionais. Ela também fazia isto. Estavam apaixonados e isto era tudo o que importava. Um sentia tanta falta do outro que chegava, por vezes, a doer muito no peito. Doía tanto que era bom: consideravam uma dor de amor.

Em uma TPM dela, discutiram longamente a relação. Joelson poderia ser definido como um sujeito maior do que a vida: buscava sempre direcionar os problemas do cotidiano para algo que acontecia dentro da pessoa, mostrando ser um reflexo da própria atitude da pessoa. Interessante ele usar esta exímia habilidade nos outros e pouco nele próprio. Se ele percebesse o que estava por vir, ele com certeza teria se precavido de uma maneira mais própria.

Após uma discussão dos dois e um pedido de tempo por parte dele, ele achou que conseguiria consertar as coisas. Ela não estava lhe dando tanta atenção quanto ele julgava própria e ela estava decidida a não ter cobranças em sua vida, em ficar em uma situação cômoda, um status quo: mesmo que isso significasse que não seria mais feliz ao lado dele. Joelson apostou que a saudade, de novo, poderia reavivar todo aquele relacionamento de maneira mágica. Já havia acontecido uma vez quando ela pediu um tempo (durou apenas cinco dias).

Esperançoso, continuou a fazer o normal: observava a página dela no Orkut para ver se havia algo de novo - sempre combinaram, nestes dois períodos, de não se falarem, mas nada que uma espiadela na página do outro não pudesse gerar um novo alento. Joelson vendo que ela tinha postado uma música sobre o quanto ele fazia falta e o quanto ela queria ligar para ele, teve a certeza de que tinha tomado o caminho certo para poder aprumar o seu relacionamento de novo.

Após três dias, ele recebeu uma ligação. Ela pedia para terminar tudo. Não mais o queria por perto. Choravam, os dois por telefone. Ele, porém, tentou se manter mais firme, dizendo que tudo iria passar e que ambos seriam felizes em um futuro próximo. Ao desligar, chorou copiosamente. Parecia uma criança, ao ser deixada em um ambiente desconhecido pelos pais. Chorava a dor e gritava a sua própria angústia, a sua própria humanidade.

De nada adiantava... Nenhum remédio poderia aplacar o que ele sentia: foi abandonado pelo seu objeto de amor, aquela pessoa que havia feito juras, promessas e amores com ele. Sentia-se fraco, como se algum gênio ruim tivesse passado e levado suas forças embora. Sentia-se só, um vazio, um vazio que somente poderia ser descrito como o solo árido que ansiava pela promessa de chuva... Uma chuva que nunca mais viria para ele. Havia se tornado infértil.

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