segunda-feira, 12 de julho de 2010

Oswaldir

Oswaldir sentia falta de sua amada. Ela preenchia cada pequeno vazio de seu ser, permeando cada célula do seu ser. A ausência que sentia dela era por demasiada longa: tudo o que poderia acontecer na sua vida era nada em relação ao desejo que pulsava por sua amada. Buscava, em vão, estudar. Conseguia se concentrar por meia hora e voltava a pensar nela. Era como se o estudo conseguisse bloquear parte da falta que ele sentia dela e que este mesmo estudo pudesse, de algum jeito, trazê-la mais para perto do seu cotidiano.

Resolveu, então, dar uma volta. Caminhava e observava o seu bairro. Conseguiu não pensar nela por alguma hora inteira, quase. Correu mais um pouco, para que pudesse extravasar parte de sua pulsão, porém era maior do que se pudesse percorrer mil léguas. Decidiu, então, voltar para casa e tomar um longo banho quente. Após dele sair, escutou um barulho vindo de seu celular. Era ela, era o barulho só dela que ele tinha colocado no seu celular para que pudesse saber quando vinha de sua amada.

Dizia: "Estou com saudade e desejo... Advinha por quem? Rs. Bjs". Sorriu. Ela não era do tipo romântica, do tipo que manda mensagens, do tipo que até se deixar apaixonar e se amar: era uma mulher para se amar por várias vidas, tamanha era a sua complexidade e o gosto que tinha. Seus olhos brilharam mais por lembrar que o encontro dos dois estaria próximo, que ele poderia então dizer tudo o que tinha dentro dele e fazer tudo o que queria dela e com ela.

Resolveu, então, demonstrar o quanto gostava dela. Em uma pequena pausa de estudos, resolveu buscar na internet um texto, para que pudesse homenagear a sua musa. Encontrou um lindo do Fernando Pessoa (acreditava ele que do autor fosse, tal qual a desconfiança na internet por direitos autorais ele possuía) e enviou-lhe. Esperou, uma resposta dela. Sabia que ela estava em uma época desfavorável ao romantismo, mas ele mesmo assim iria esperar por algo.

Escreveu, de uma maneira que ela pudesse ler, o quanto desejava provar do néctar da sua boca, do quanto sentia falta do seu perfume de flores, do quanto sua pele gostaria de estar tocando a pele dela... E do quanto era especial o que tinham, não importavam as desavenças que por vezes apareciam. Ele, estudante de direito, brincava e ria-se com ela de que até mesmo os direitos e garantias fundamentais colidiam-se: o que importava era o princípio da harmonização, pois nenhuma norma era superior a outra. Assim como o bem-qeurer de nenhum dos dois era superior ao do outro: apenas eram duas faces complementares da moeda do amor.

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