segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Amar é...

Todos nós temos momentos em nossas vidas em que nos questionamos isto: seja o amor de amigo, de irmão, de amantes, etc. Não existe amor menor, é verdade; o que existe é o amor que a outra pessoa sente por nós. Este é um dos momentos mais bonitos, nos quais nos sentimos abençoados. Amar alguém é guardar um pedaço do seu coração pela pessoa, mesmo que depois ela passe por nossas vidas. Enquanto cultivarmos nosso jardim com coisas boas e puras, sempre poderemos contar com um pássaro para lá jogar uma semente. Pode, todavia, não ser a semente que nós idealizamos - mas será, com certeza, a semente que nós necessitamos. Nem sempre temos o que achamos que devemos ter, mas temos tudo aquilo necessário para seguir em frente.


Dói amar, é um outro fato, pois se nos dedicamos ao outro, desejamos até que para o mais dos desprendidos, que o outro também se dedique a nós. Tudo bem... Podemos falar do amor romântico? Este, afinal de contas, é o que mais dói. Sofremos pela idealização de momentos futuros? Não, não sofremos por isto. Projetamos coisas, isto é normal no ser humano. O que nos traz o sofrimento é o não darmos o passo necessário em direção a mantermos aquele amor ao nosso lado. Por incrível que pareça, para que este amor volte, temos que deixar ele livre para que possa fazer a sua escolha. E precisamos que ele escolha... Amores vivem decisões diárias de apoio e afeto mútuo. Estando lá para compartilhar um pequeno momento, por menor que seja, pode fazer daquele amor um amor maior.

Não é que se ele não voltar, não nos amou. O amor voa como um pássaro, sempre procurando um ninho para si. Quando encontra o seu aconchego, ele fica por lá. A ajuda que ele dá para o seu jardim florescer e vice-versa torna-o tão somente mais valoroso do que o próprio senso de estima por si mesmo. Interessante notar em quanto mais puro é o amor, mais desejamos que ele seja maior do que ele mesmo, mais desejamos que aquela pessoa possa ser tudo aquilo que ela deseja... E ir além disto. Quando amamos alguém, queremos que ele se veja como nos o vemos: uma figura ímpar, linda, inteligente, amável, fascinante... Quantas vezes necessitamos ouvir isto e falar que não era necessário para que a última vez nunca seja a última?

Amar, para mim, deve ser sempre um verbo transitivo direto. Todo verbo transitivo direto necessita de um objeto direto. Sendo assim, devemos acolher este objeto em nosso coração, ou em um ventrículo esquerdo (a parte nobre do coração) para que ele possa florescer. Amar, todavia, também requer sacrifícios. Nada ruim - sacrifício vem do termo sacro ofiício, um cuidar sagrado. Assim devemos ser com nosso amor. Colocar ele, vez por outra, na frente de nossas necessidades: não porque nos colocamos de lado, mas porque ele estará lá para nós quando precisarmos dele para que faça o mesmo. É como o homem que abre a porta do automóvel para sua mulher: precisar, não precisa... Mas como fica bem.

Desejo a todos paz, amor e carinho. Que sejamos sempre maiores do que nossas próprias expectativas e que, ainda assim, nos deixemos surpreender com o eterno milagre da vida.

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