segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Dos fatos...

Por vezes, queremos muito alguma coisa. Visualizamos um ponto futuro e vamos de encontro a ele. Chama-se objetivo. Temos vários tipos de objetivos na vida: pequeno, médio e longo prazo; todos eles conjugados com urgência ou não. Paralisamos justamente frente àqueles em que a recompensa é maior do que o esperado. Por que vacilamos, então?

Simplesmente porque quanto maior a recompensa, maior é o medo de perder. Arriscar sempre nos traz uma sensação de desconforto, mesmo que o nosso cotidiano seja enfadonho. Quando almejamos algo diferente do que vivemos, temos que usar todas as ferramentas possíveis para construir a nossa nova casa. Isto chama-se concretizar um objetivo.

O grande problema reside aí: quando postergamos demais esta construção, é igual a quando vira-se uma lage. Ou se faz de um modo contínuo ou o processo precisa recomeçar do ponto zero. Quantas vezes recomeçamos deste ponto? Há outra questão a ser levantada - chega uma hora em que o ponto zero vira ponto menos um. Ao demorarmos a tomar uma atitude, principalmente na área afetiva, desgastamos a relação.

Este desgaste chega a um ponto de ser irreversível: por mais que haja amor entre o casal, não se pode desconsiderar as promessas rompidas. Palavras são acordos entre as partes, ações são a realização e a materialização do compromisso e das juras de amor. Sem ação, as palavras são semeadas ao vento, jogadas a própria sorte e podem nunca ter sido alguma coisa.

Daí vem a necessidade por realizar, de se fazer algo da maneira prometida. Nossas palavras têm poder, devendo ser utilizadas com o máximo de cuidado. Ao fazermos um contrato, por menor que seja ou por mais informal que pareça, há parâmetros estabelecidos que têm que ser respeitados. Quando há um desrespeito de uma parte em uma cláusula, desobriga a outra a cumprir a sua parte. Manter a palavra é fundamental em um relacionamento amoroso. Ao nos deixarmos dominar pelas paixões, estas só se manterão no trilho diante de um condutor firme, que possa orientá-las em todas as direções e possíveis cisões.

Para tanto, haverá sempre testes. Nestas encruzilhadas, há dois caminhos: não-fazer e ao fazer. O primeiro deles é aplicado por quase todos, é a manutenção do mesmo caminho. Podemos aceitar que não vamos mudar, que não iremos buscar a felicidade - fazendo disto uma mentira tão eficaz que é possível cairmos na armadilha de aceitarmos. Está tudo certo se convivermos com este fato, desde que não queiramos algo melhor para as nossas vidas. Não deveremos, então, desejar nada fora do cotidiano.

Para os que querem, o caminho é longo e tortuoso. Haverá dor. Dor é diferente de sofrimento. Quando decidimos enfrentar nossos medos para buscar algo que nos é de direito, devemos abrir nossas asas rumo ao desconhecido e ter fé. Fé no sentido de não se poder quantificar o que ganharemos e sim de que a nossa jornada vale mais do que o prêmio - que é mantido a cada dia com o nosso mais belo e irrepreensível amor.

Certa vez li que o amor é justamente algo que nos faz querer sermos melhores do que nós mesmos, ultrapassar nossa barreiras auto-impostas. Ao amarmos de verdade, abrimos lugares inóspitos até para nós mesmos, para que o outro possa ver poesia e música lá. Abrimos nossa alma para que o outro a decore com amor e que nós possamos a cada dia retribuir isto. Amar é, em síntese, arriscar. Arriscar não ser aceitar, arriscar não dar certo, arriscar que tudo vá por água abaixo. Mas... E se não for? Aceitaremos o "fardo" de sermos felizes?

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