domingo, 13 de dezembro de 2009

O triste início...

Romualdo era um jovem promissor. Alto executivo de uma companhia de computação gráfica, trabalhava era gerente de negócios. Após ele, só seu chefe, o vice-presidente e o presidente da empresa. Em poucos anos, conseguiu uma tamanha ascenção dentro de sua empresa que era cotado para virar vice-presidente em pouco tempo.

Tinha uma característica agressiva para os negócios, possuía tamanho exímio em cobrar mais pelo que faria por menos com elegância que as pessoas pagavam a mais simplesmente pelo seu largo sorriso e o seu bom almoço oferecido em um excelente restaurante. Tudo parte da magia da qual fazia parte do seu charme pessoal. Sua capacidade argumentativa era tamanha que ele convenceria um esquimó a comprar o gelo que ele mesmo cavucava para poder pescar.

Estranhamente, ele não possuía tempo para usufruir do seu dinheiro. Apostava na bolsa de valores e buscava valorizar cada pequeno centavo para multiplicá-lo. Vindo de um família dividida de classe média, ele sempre buscou o melhor para si. Filho mais novo de quatro, foi o mais bem-sucedido de todos. O próprio pai, que abandonou a família há quinze anos o procurou uma vez para tentar tirar um naco de seus rendimentos. Ele pediu para que se retirasse da empresa. Ele não o fez. Porém, os seguranças o fizeram sair de uma maneira "delicada".

Trabalhava todos os dias da semana e sábado. Aos domingos, jogava golfe com seus clientes, passeava de iate em Angra com um enorme cliente. Porém, nunca aproveitava nada daquilo. Sua vida girava em torno de aparentar sempre o seu ótimo sucesso profissional. Gastava com roupas: o gerente de uma alta loja o atendia no seu próprio escritório, levando amostragens de tudo e inclusive uma vendedora para auxiliá-lo. Preferia os ternos de dois botões com colete, gravatas de seda e lenços para combinar. Ah, e as abotoaduras. Comprava com as cores, para combinar sempre.

Recebeu, certa feita, um cartão de seu antigo colégio para uma festividade do encontro de sua turma. Decidiu ir para poder mostrar como tinha sido bem-sucedido. Foi. Era em um sábado, no qual só ficaria a parte da manhã. Encontrou Gislaine, uma antiga paixão sua do colégio. Estava casada e ainda parecia um anjo na Terra. Mas ela era infeliz, o marido batia nela. Romualdo decidiu obter seu prêmio final: Gislaine tinha casado com Glaucílio, seu antigo algoz. Ele sempre o humilhava.

Gislaine tinha virado uma católica fervorosa, e ia à missa todos os dias. Levava, vez por outra, seus filhos nos finais de semana enquanto Galucílio gastava o pouco dinheiro que ganhavam com bebidas e bagaxas de baixa classe. Romualdo a convencera de que seria ótimo se reencontrarem com mais tempo à noite. Queria se vingar de Galucílio por todas as humilhações e nada humilharia mais seu orgulho de macho do que ser traído por aquele nerd esguio e de cabelo mal-cortado.

Marcaram, então, de se encontrar à noite, após o seu encontro com um novo cliente. À noite, Romualdo iria pegar Gislaine. Romualdo não iria respeitar qualquer convicção de Gislaine sobre seu catolicismo banal e ridícula, apenas uma fuga para o seu não-sucesso profissional. Estava decidido a esquecer todo o seu sentimento de amor juvenil pelo qual sonhava com Gislaine.

Estacionou o carro perto do prédio da mãe de Gislaine. Estava eufórico com aquela oportunidade de poder se vingar. Nada o movera mais do que isso. Tinha comprado um buquê de rosas colombianas vermelhas para impressionar e facilitar o seu acesso ao meio das pernas de Gislaine. Tinha colocado seu terno mais elegante. Atavessou a rua tão auto-confiante que não viu o caminhão passar. Foi atropelado ali, naquela rua de subúrbio do qual tinha saído.

Gislaine nunca traiu o marido. Ao contrário, quase veio a falecer depois de um espancamento.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sentido?

Buscamos respostas. Durante toda a nossa vida nós buscamos repostas. De pequenos fatos do cotidiano, como o porquê de nunca conseguirmos pegar aquele sinal de trânsito aberto. Ou de grandes fatos, como qual o sentido da vida ou onde está Deus. E vivemos nos perguntando, nos questionando, buscando para nós um sentido.

Talvez não gostemos da resposta que iremos descobrir. Talvez gostemos. Mas de uma coisa podemos ter certeza: continuamos buscando. De uma resposta para outra, de um lugar para outro e de um caminho para outro. Nada talvez justifique a nossa busca. Talvez busquemos uma razão para justificar para nós mesmos a busca por uma resposta. Confuso? Deixe-me tentar esclarecer melhor.

Por que um carro bate? Um dos dois motoristas avançou o sinal, talvez os dois tenham culpa. Talvez tenha tido um defeito nos dois sinais de trânsito e por isto o acidente. Depois de descoberto que tudo isto aconteceu ao mesmo tempo: um motorista avançou, o outro cochilou e o sinal de trânsito deu defeito tudo foi solucionado. Mas por quê?  Estes acidentes fatalmente vão voltar acontecer.

Talvez sim, talvez não. Mas o fato é que buscamos a todo o momento este significado. Precisamos dele para viver, mesmo que seja, na visão de outra pessoa, tosco, pífio o motivo de uma existência. Talvez por precisarmos de um motivo para significar as coisas não devamos julgar como vão ou pífio o motivo de outrem. Cabe a nós apenas buscar nosso próprio sentido, desde que harmônico com a nossa natureza.

Oração

A cada pedra no meu caminho, peço humildade para removê-la sempre com carinho e amor.




A cada pedaço de mim que deixo com o outro, peço que o ilumine nas horas mais escuras de suas vidas, assim como nos momentos mais felizes.



A cada momento, respiro profundamente porque é primeiro e único, para que possa me ensinar a sempre viver com alegria.



Cada dificuldade será vencida na mesma proporção do meu empenho e de minha capacidade de me abrir para o mundo: deixo que a minha capacidade se junte com a possibilidade de acontecerem juntas.



A cada momento, a cada segundo, amarei sempre mais que o anterior. Mesmo que tenha raiva e tristeza, desejo que minha paciência possa me mostrar o amor que pode fazer florescer a vida.



A cada aniversário, agradecerei a tudo no meu ano. Agradecerei a cada dia mais do que pedirei porque desejo mais ser a cada dia aquilo que um dia espero me tornar.



A cada cena, a cada palavra, a cada ato peço que o silêncio me ensine cada nuance nova que pode um texto despertar. Quando fizer o texto mais uma vez, que ele venha da maneira mais sincera e verdadeira, para que possa buscar em minha alma o vazio que a arte cura.



Que eu ame minha mulher cada dia mais, pois mesmo aborrecido e chateado, um sorriso dela me faz perceber a felicidade da vida. Assim como o seu beijo me faz apaixonar cada dia mais por essa pessoa especial.



Que minha família e amigos estejam sempre presentes para que compartilhemos sempre tudo o que possamos: maus e bons momentos, porque podemos sempre aprender com todos, desde que aja amor.



EXCELSIOR!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Di Va gan.... do

Aureliano era um senhor de 30 anos. Aureliano porque o pai era minerador que tinha achado uma grande pepita de ouro, a qual foi usada para que ele pudesse comprar mais terras. Conseguiu formar um patrimônio do nada, mas tudo tem seu custo: morreu devido ao mercúrio. A mãe de Aureliano, dona Samira, também falecera. Aureliano era filho único. Usava seu dinheiro para se satisfazer e aos seus prazeres.

Tinha um carro conversível, caro para os padrões do Brasil. Morava em frenta ao mar. Vivia de festa em festa. Toda noite era uma mulher diferente, bebida diferente e até cidade diferente. Certa feita, fora numa festa no Rio Grande do sul e acordara, dois dias depois e somente de cueca, em uma cidadezinha do interior da Argentina. Conseguiu que seu administrador de patrmônio o resgatasse. Após isto, Aureliano prometera que iria parar.

Não parou. Continuara com sua vida desregrada e louca, buscando sempre uma aventura maior. Após uma grande farra, acordara com um gosto acre na boca. Tomara seus remédios habituais e, após isto, continuara a bebedeira só. Caíra. Ficara desacordo por algum tempo. Acordara no hospital, meses depois. Os médicos dissseram que deveria mudar seu estilo de vida. Deveria respeitar os limites de seu corpo. Foi sem sucesso.

Continuara sempre da mesma maneira... Até que, um dia... Parou. Acordou em seu apartamento em frente à praia e olhou para o mar durante alguns segundos. Pareceram horas. Recolheu ele mesmo os restos da festas, cacos de vidros, garrafas e até uma calcinha fio-dental vermelha. Jogou tudo fora. Desistiu de tudo. Desistiu daquela vida.

Por isto tinha se tornado um senhor de 30 anos. Não pelos médicos terem dito que deveria mudar seu estilo de vida, mas porque ele mesmo decidiu mudar o seu estilo de vida. Ele tinha mudado tudo. Doou todo o seu patrimônio (20% foi para seu administrador)  e foi viver no interior de Minas Gerais. Era atendente em um posto de gasolina. Enamorou-se por uma menina de 21 anos que era atendente em uma cantina. Tiveram dois filhos. Era uma vida sofrida, mas Aureliano estava feliz. Lindalva estava feliz.

Anos se passaram. Sua caçula, Juliana, foi atropelada. Colocada em um hospital público. Aureliano se culpava dia e noite por ter soltado a sua mão, ao atravessar a rua. Não tinha dinheiro e estava endividado pela compra de seu pequeno terreno. Os remédios eram caros. Endividou-se com seus patrões. E Lindalva com os delas.  As dívidas só aumentavam. Tudo estava difícil.

Quando estava no leito de sua filha, desesperado e sem nenhuma condição, ele recebe uma visita. Gilmar. Era o seu administrador. Ele sempre estava de olho e estava quitando as dívidas com os patrões dele sem que ele soubesse. Monitorava o quadro sempre de sua filha para que a mesma pudesse ser muito bem tratada. Aureliano perguntou por quê. Gilmar lhe respondeu que não é preciso abandonar o dinheiro. Somente precisa mudar sua postura em relação a ele.
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