Certo dia, porém, encontrou uma Joaninha pequena, espevitada e divertida. Falava pelos cotovelos. Era, contudo, uma Joaninha bem invocada: era uma Joaninha macho, de nome Arthur. Sempre se enfezava quando o confundiam com uma fêmea. Era divertido e curioso os ver juntos: enquanto ela trabalhava, ele conversava com ela e, por vezes, até almoçavam juntos. Com isto, pouco a pouco, tornaram-se grandes amigos.
Um dia, porém, houve algo terrível na vida de Aranella. Ela passou a ser mais fechada e sisuda do que antes. Tudo isto deixava Arthur preocupado: achava que poderia resolver todos os problemas do mundo. Decepcionou-se momentaneamente ao ser posto de lado da vida daquela bela lesminha. Ele, no entanto, não iria se deixar abater - já havia cultivado uma enorme afeição por ela, assim como ela por ele. Não poderia deixar que algo que não soubesse interferisse na vida deles.
O que ele faria? Demonstraria que se importa com ela ao extremo. No dia seguinte, a porta de Aranella havia amanhecido com pétalas de gérbera, como se fizesse um lindo tapete para uma direção. Ela, curiosa como de costume, dirigiu-se até um pequeno toco de árvore. Sentou-se ao que parecia ser uma cadeira. Observou a mesa bem decorada e estilizada: as pétalas eram harmoniosamente arrumadas, compondo um lindo visual.
Ao passo seguinte, Arthur veio com o café-da-manhã: tinha produzido belos crepes de creme, com calda de cacau e morangos silvestres recém-colhidos. Apenas serviu e comeu. Conversaram horas sobre amenidades, até tendo atrasado um pouco a lesminha para o seu trabalho. Ao apressar-se para lá, Arthur a impediu. Disse que já havia cumprido toda a tarefa dela na noite anterior e que havia até mesmo acumulado um excesso para o dia seguinte, já que o dia seria de diversão.
Ele a levou para passear. Foram a uma peça de teatro do grupo das minhocas sem patas. Riram-se de muitas coisas. Passaream pelo shopping, tendo ele comprado um lindo arranjo de cabelo para ela. Ela brigou com ele para pagar; ele negou-se a receber, dizendo que era uma forma de acarinhá-la. Ela enrusbesceu-se e apenas cedeu a este pequeno desejo. Arthur ficou radiante de felicidade e a levou para jantar.
Após a refeição apetitosa, passearam sob a luz do luar. Ali, Arthur tocou em seu rosto e lhe disse o que sempre sentiu por ela:
"Que eu a amo desde o primeiro dia que a havia te visto. Que a tenho como meu fogo pela vida e que ela o incetivava a ser um inseto melhor. E o mais importante, minha linda - sempre vou estar aqui para você, mesmo que não fale. Sempre vou ter a paciência para aguardar você se abrir, caso queira fazê-lo comigo.
Caso não, apenas vou abraçar você e lhe dar suporte. Quero cuidar de você e embalar os seus sonhos. Quero velar pelo seu sono. Sei que não posso resolver tudo, sei que por vezes insisto demais nisto... Mas é a minha forma de demonstrar o quanto amo você. Venha comigo, venha... E seremos sempre eternamente felizes. Um ao outro; um pelo outro. Apenas espero que aceite o meu jeito meio doido de ser e minhas idéias mais doidas ainda... Mas são doidas porque nem sei como entender o amor que sinto por você. Apenas decidi aceitar a te amar, sem nada querer racionalizar."
Ela, sorriu daquela declaração. Jamais havia escutado algo tão bonito e delicado em toda a sua vida. Ela passou suas antenas em sua mão. Ele, então, beijou-a, de um modo gentil e delicado. E amaram-se.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pela contribuição! Brevemente a lerei e comentarei!