"Adeus
Não lerei mais teus versos
Nem teremos nossos corpos descobertos
Isto, juro por Deus
Rezo
Para não te ver mais
Nem chorar por ti demais
Apenas isto peço
Juro
Quero recomeçar de novo
Estar com outro povo
Desejo outro amor puro
Porém
Sei que não terei tudo
Nem o teu amante conteúdo
Afinal, fui eu quem disse Amém
Aborto
Nosso futuro promissor
Por algo sem sabor
Tu que fostes meu porto
Amo
A ti constantemente
Não sais de minha mente
És, do meu coração, amo
Soy loca
De deseos por ti
Por que dexaste tu partir?
Por tan cosa poca"
E o poeta, entre lágrimas e soluços, buscou uma caneta e papel para lhe responder. Tentou responder com um poema, ao seu amor que estava partindo. Como poderia isto acontecer com algo tão sublime? Ela havia se tornado o seu mundo; e ele estaria disposto a colocar o mundo inteiro aos seus pés. E então, ele percebeu algo estarrecedor, algo que nem a conversa, o carinho, a amizade, os beijos, os toques, as carícias, o sexo ou os gozos tinham feito com ele. Ela havia-o tocado profundo demais, tão profundo, que levou embora suas palavras. Todas elas.
Gilmar, então, deixou cair a caneta sobre o papel. Olhou, para suas mãos incapazes de produzir qualquer coisa e colocou-as em sua face. Eclipsou-se o seu mundo. Voltou-se, então, para o seu mundo interno. Observou o vazio existencial e a angústia que ela havia deixado. Ela havia levado uma parte de seu coração com ele. Ele, ainda sem qualquer traço de originalidade, remeteu-se à Bíblia e, parafraseando-a, pensou:
"E Ela disse:
-Faça-se o silêncio.
E o silêncio fora feito."
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