Uma ajuda aqui e outra ali, mas as coisas nunca corriam bem quando era para ele resolver os seus problemas. Buscava, entre-espacos vazios, resolver seus pequenos traumas do cotidiano. Em vão... Ele somente conseguia ser posto para fora em todas as relações.
Um dia, estava dirigindo o seu carro em direção a um amigo que estava necessitando de ajuda. Era um domingo de manha. Enquanto pensava, ele simplesmente foi abalroado por um outro veículo. Um adolescente de 16 anos atingiu seu carro, totalmente errado. Ele ate quis conversar, mas o adolescente começou a falar que era filho de fulano de tal e... Atonildo, aquele homem gentil, não ouviu mais nada. Apenas escutava sons e o maxilar do garoto se mexer. Era atormentante a voz daquele moleque cheio de si.
Esbofeteou-o no rosto. Não uma, mais duas vezes. O moleque se calou. Após isto, discursou. Cuspiu todos os seus demônios e tormentas internas em cima do adolescente. Sua catarse foi feita ali mesmo, no meio da rua. Ali, naquele pedaço de asfalto quente, suando e falando de um jeito confuso e sem sentido, tinha obtido todos os seus anos de vida que ele tinha deixado para trás. Presentificou todos os seus sentimentos mais sombrios e os absolveu de seus pecados.
Após isto, Atonildo até passou a mudar de idéia. Buscava, entre uma atitude e outra do cotidiano, impedir que as pessoas passassem por cima dele. Resolveu, aos poucos, impor sua própria vontade acerca do que ele deveria ou não fazer. Arrumou uma terapeuta cognitivo-comportamental e fez um sério tratamento. Com um ano, estava mais focado em sua vida. Sua própria vida.
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